O caminho português para o populismo? Portugal após as eleições

Em artigo publicado na plataforma italiana Network for the Study of Democracies (NeSDe), os diretores do Observatório da Democracia e da Representação Política,  Guya Accornero José Santana Pereira,  analisam os impactos e das eleições legislativas de 18 de maio de 2025 e propõem a reflexão se está estabelecido um caminho português para o populismo.

Entre outros tópicos, Accornero e Santana Pereira apontam que, diferentemente de Espanha e Grécia, a crise económica em Portugal não resultou no surgimento de um novo «concorrente» capaz de desafiar o bipolarismo e disputar o governo com os dois partidos do «bloco central». No entanto, o panorama político português mudou em 2019 com a entrada no parlamento do Chega, do Livre e da Iniciativa Liberal (IL). O Chega, em particular, apresentou um crescimento notável a cada eleição, passando de 1 para 12 deputados, depois para 50 e, finalmente, para 60 deputados — numa nova legislatura em que um terço dos assentos parlamentares é ocupado por forças políticas que não estavam presentes no parlamento há apenas seis anos.

Os autores argumentam que os resultados das eleições de 18 de maio de 2025 devem ser interpretados como parte de uma dinâmica que passou por várias fases, nas quais o partido da direita populista conseguiu se consolidar e mobilizar um setor considerável do eleitorado, explorando temas clássicos dessa família política: imigração, corrupção, defesa da família tradicional e dos valores ocidentais.

Confira o artigo na íntegra, em italiano, em: https://nesde.eu/wp-content/uploads/2025/06/eleicoes_PT.pdf